18 setembro, 2009

PROJEÇÕES PARA O AQUECIMENTO GLOBAL

Efeito Estufa

A complexidade sobre do efeito estufa, forçou grupos científicos como, por exemplo: A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e a United Nations Environment Programme (UNEP) a criarem o Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC) em 1988, visando investigar, estudar e divulgar os impactos adversos à espécie humana e assim ser possível criar mecanismo para a atenuação dos efeitos das alterações climáticas no planeta.
A criação do IPCC em 1988 foi à mola propulsora para o crescimento das pesquisas sobre o efeito estufa, assim também como a consciência de público do fenômeno, mas, infelizmente não o suficiente para levar nações a executar as ações essenciais que serão necessárias ao controle deste efeito, e o primeiro relatório foi divulgado em 1190. Após dois anos do 1º relatório foi liberada uma emenda, e exatamente na “ECO-92”, no Rio de Janeiro, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima foi assinada por 155 países. O 2º relatório do IPCC foi finalizado em 1995 e o primeiro compromisso para reduzir emissões teve sua gênese no Protocolo de Kioto em 1997, ainda que tenha sido uma redução aquém da necessária para controlar o efeito estufa além de muitos pontos cruciais do arranjo faltando convergência. Em 2001, veio o Terceiro Relatório do IPCC, coincidindo com o acordo de Bonn, na Alemanha que manteve a integridade do Protocolo de Kioto ainda que isso tenha custado à retirada dos EUA das negociações por parte do então presidente, George W. Bush. Em Fevereiro de 2007 o IPCC divulgou o Quarto Relatório de Avaliação das Mudanças Climáticas do planeta, chamado de IPCC-AR4.
A figura acima apresenta a média das projeções para o aquecimento superficial da terra publicada no 4º Relatório do IPCC. OBS: As médias globais de aquecimento da superfície (referentes a 1980 – 1999) são representadas pelas linhas contínuas, para os cenários: A2, A1B e B1, denotada como sucessão das simulações do século XX. O sombreamento mostra que as médias anuais têm um desvio padrão de +/- 1, enquanto os experimentos onde as concentrações foram mantidas nos valores do ano 2000 são representados pela linha alaranjada. As colunas cinzas à direita indicam a melhor estimativa: linha contínua inserida em cada coluna, e a faixa provável para os seis cenários.
A retirada dos EUA não afetou em nada o aumento contínuo da percepção pública sobre a mudança de clima. Este fato se deve a eventos de fácil compreensão como: degelo do iceberg de 5000km2 causando sua separação da Antártida em 1999 e o gelo do Oceano Ártico que perdeu 42% de sua espessura.
Um obstáculo para a admissão da existência do efeito estufa pelos pretensos fazedores de políticas públicas e pelo público em sua maioria, é a perplexidade diante de declarações inerentes aos eventos climáticos específicos e declarações referente ao sistema climático como um todo, por exemplo: quando num período de tempo ocorrem cheias ou secas, os cientistas ainda não podem precisar ao público se estes eventos são resultados de mudança de clima, fazendo com que as pessoas pensem que, nós, pouco sabemos a respeito aponto de nenhuma ação está justificada.
A circunstância é análoga à relação entre o câncer do pulmão e fumar cigarros, é importante dizer que, esta, é uma relação provedora de múltiplos paralelos com o efeito estufa. Se alguém morre de câncer pulmonar, não podemos afirmar que este óbito foi causado pelo cigarro, até porque o câncer pulmonar também acomete os não-fumantes. Mas, já temos uma gama de evidências de que fumar acelera o risco de câncer pulmonar. Seguindo essa linha um evento climático em particular não pode ser atribuído com 100% de certeza ao efeito estufa, já que as variações sempre ocorreram por outros motivos. No entanto, isso não invalida as fortes evidências de que os excessos de emissões de gases do efeito estufa geram o aquecimento global trazendo o risco de secas e outros eventos climáticos com impacto direto sobre a espécie humana.
Os americanos se aproveitando das incertezas, fortaleceram a idéia de que a humanidade não deve implementar ações de alto custo agora devido à incerteza presente, este foi o pretexto usado pelo George W. Bushw para justificar a retirada dos EUA das negociações de Kyoto em 2001 e apartir daí tentar desacreditar o IPCC que, em seu ultimo relatório divulgou as mais recentes estimativas de aumento das temperaturas esperado até 2100: 1,8ºC e 4,0ºC, podendo chegar a 6,4ºC. Essa tendência deverá se confirmar paralelamente ao aumento da população e a manutenção da matriz energética sobre os combustíveis fósseis. Porém há uma emenda com dados mais confiáveis que apresenta uma elevação de 3ºC, afirmando que o teor de CO2 (dióxido de carbono) pare em 45% acima do percentual anual. Afirma também, que as ações antrópicas foi o acelerador para o aumento de temperatura nos últimos 50 anos, essa afirmativa tem mais 90% de confiabilidade. A academia Nacional de Ciências dos EUA foi acionada para analisar os resultados do IPCC. Os dados foram tão convincentes que os cientistas americanos, não tiveram outro caminho a não ser apoiar as conclusões do IPCC.
Portanto, cabe aqui uma pergunta. As nações estão dispostas a pagar o custo de manutenção ambiental (os custos de serem guardiões)? Arrisco a dizer que: “Não na íntegra”. Mas, creio que uma mudança nesta realidade ocorrerá antes que o atual século avance muito. Uma forte razão é a espera de mudança climática brusca, nos próximos anos, a média de acréscimo de temperatura no curso do século XX foi de 0,5ºC, significa dizer que, é uma fração de 1,4 – 6,4ºC esperado no século XXI. O uso desenfreado do solo e o desmatamento das florestas em especial a floresta amazônica, são outras razões.
É necessário compreender que posturas podem mudar com brevidade sobre assuntos fundamentais como este. Voltando mais uma vez, o fumo contribui com mais um exemplo: há anos, atuações públicas e legislação reguladora sobre o fumo mudaram integralmente.

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