A exploração do pré-sal
O tão badalado tema Pré-sal nada mais é do que, reservas petrolíferas situadas normalmente em subsolo marítimo muito profundas, de difícil acesso e sob uma camada de sal. Hoje, se sabe que a maior área do “pré-sal” estão em subsolo marítimo profundos e ultra-profundos. E foi no litoral brasileiro que ocorreu o achado do primeiro “pré-sal”, sendo inclusive a maior reserva já conhecida nesta zona.
Hoje, as áreas mais relevantes na exploração petrolíferas na zona do pré-sal estão no litoral do Atlântico Sul. Na área sul-americana situa-se a imensa reserva do pré-sal de propriedade do Brasil, já no lado africano, o pré-sal é explorado no Congo e no Gabão. Somando-se a essas descobertas também estão as áreas pré-sal do Golfo do México e no mar Cáspio, na porção marítima do Cazaquistão.
No Brasil as reservas de petróleo no pré-sal estão em sua zona econômica exclusiva, onde o petróleo é considerado de média e alta qualidade. O complexo petrolíferos do pré-sal situa-se ao longo do litoral dos estados do Espirito Santo e Santa Catarina, numa profundidade de 4 a 6 mil metros no subsolo marítimo, chegando inclusive a até 8 mil metros da superficie do mar agregando uma camada que varia de 200 a 2000 metors de sal. Veja a foto.
A produtividade das reservas do pré-sal é tanta que, bastaram apenas os três primeiros campos como: Tupi, Iara e Parque das Baleias para dobrar as reservas brasileiras, as quais eram de 14 bilhões de barris e hoje chegam a 33 bilhões de barris. Se não bastace esse grande aumento nas reservas petrolíferas, o Brasil foi contemplado pela natureza com a existência de outras reservas com capacidade de 50 a 100 bilhões de barris. Essas descobertas sob a camada de sal se deve ao avanço tecnológico na área da oceanografia como: sísmica 3 e 4D e, técnicas apuradas de perfuração do leito marinho.
Nos primordios do planeta a América do Sul e a África constituiam-se num unico continente, o Pangeia, que por volta de 200 milhões de anos deu origem a dois continente: Laurásia e Gondwana. As placas tectônicas que sustentavam o Gondwana sofreu o processo de separação por volta de 140 milhões de anos, ocorrendo o afastamento da América do Sul da África, e no espaço deixado pelo afastamento dos dois continentes se formou o que é hoje o Atlantico Sul. A formação de vários mares veio juntamente com o aparecimento de áreas semi-pantanosa como os mangues, no qual, ocorreu o desenvolvimento de uma micro-biota complexa e na medida em que seus elementos iam morrendo, estes, se depositavam na forma de sedimento no leito marinho, misturando-se a outros sedimentos e sal, dando origem de rochas cheias de material organico que resultariam na origem às reservas do pré-sal. As eras glaciais promoveram grandes diferenças no nível dos oceanos, favorecendo a deposição de grande porção de sal que acabaram formando gigantescas camadas de sal. Nos periodos inter-glaciais quando ocorreu o degelo das calotas polares, estas camadas de sal novamente foi soterrada, inclusive pelo oceano. Os compostos orgânicos sedimentados a milhões de anos no subsolo oceanico sofreram a ação da: pressão, oxigenação diminuta e degradação lenta, que ao longo do tempo foi se transformando em petróleo, como o encontrado hoje no litoral do Brasil.
As reservas do pré-sal são mais antigas que a camada de sal (halita e anidrita) que abrenge as Bacias de campos e Santos apartir do Alto Vitória até o Alto de Florianópolis respectivamente. O sal destas áreas foi depositado quando da abertura do oceano Atlantico, logo após a quebra do Gondwana ao longo da fase de mar raso e clima semi-árido do Neoapitiniano.
Apesar da discussão sobre a exploração do pré-sal ser hoje um dos temas mais discutido, a sua descoberta já faz algum tempo e confirmado em 2007 pela Petrobras. Mas, o Brasil terá que se preparar para enfrentar um complexo problema: o ritimo de extração do petróleo e a destinação desta riqueza natural. Se o petróleo for rapidamente extraído, este correrá o risco de se esgotar em apenas uma geração.
A cúlpula do governo brasileiro quer criar uma empresa especificamente para ser a responsável pela getão dos mega-campos, contratação de petrolíferas para fazer parceria com a Petrobras na exploração do pré-sal e parte dos recursos naturais do pré-sal que ficará com o governo como pagamento seguindo o novo modelo de partilha de produção, ficando a espectativa se esta nova estatal poderá investir em desenvolvimento tecnológico da área. Segundo o governo brasileiro a massiça participação de capital privado juntamente com o risco de tornar-se poderosa demais são os fatores que levaram a não exclusividade da Petrobrás nas gestões e explorações das reservas do pré-sal.
A discussão em torno do pré-sal está dividido entre três grupos onde cada um possui seus objetivos e posições político-ideológicas distintas. Por exemplo, alguns setores do governo defendem o retorno à Lei do Petróleo lei nº 2.004 de 1953, a volta do monopólio estatal e o expurgo das concessões para multinacionais petrolíferas no Brasil, por outro lado, há grupos que defendem tão somente a ampliação de recursos da Petrobrás, não ao monopólio da estatal, entretanto, impondo a retirada das multinacionais. A questão para a oposição do governo assim como também para algumas federações de industrias e as petrolíferas internacionais é brigar pela manutenção do atual modelo de concessão, conhecido como privado. Esses grupos sabendo do risco que correm de perder os privilígios criticam a proposta do governo apresentada em Agosto de 2009.
A proposta do governo federal para formatar um novo marco regulatório defende o modelo de partilha de produção, criação da Petrosal, criar um Fundo de Desenvolvimento Social com objetivo de reinvestir os recursos explorados do pré-sal, e mudar o atual padrão de distribuição dos royalties do pré-sal e etc.
O presidente Lula sabendo da gigantesca importancia da reserva do pré-sal para o Brasil enviou ao Congresso o projeto de lei que apriori teria carater de urgência, mas, com as chantagens feitas pela oposição do governo, o regime de urgencia caiu, e agora o projeto será debatido sob a modorra dos políticos opositores, sem o compromisso necessário que o contexto requer.
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